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Por Que A Educação Sexual Para Adolescentes É Importante?

Também ocorreram transformações nos discursos acerca da sexualidade, consequência da liberalização sexual e da epidemia da Aids, que marcaram fortemente os anos de 1990. É o caso da Suíça, onde programas de educação sexual compreensivos são extensos e estabelecidos por longos períodos de tempo. A UNESCO também comprovou que jovens privados desses ensinamentos são mais vulneráveis a comportamentos sexuais perigosos.

Recentemente, vimos nos noticiários que a negativa a este direito acontece com frequência em nosso país. Areda – Os principais agentes transformadores da realidade são aqueles e aquelas explorados, coagidos e expropriados. O mundo hoje é profundamente violento com crianças, adolescentes e jovens e essa violência não está alheia ao espaço familiar.

Trata-se do mapeamento e da discussão de propostas oficiais de educação sexual para adolescentes e jovens, previstas em documentos federais e estaduais, no estado de São Paulo. Trabalhou-se com a busca e a análise documental de material publicado pelas esferas federal e estadual, entre os anos de 1990 e 2010. Destes, 76% não empregam os termos educação sexual ou orientação sexual, utilizando principalmente o termo prevenção.

Contudo, é o caminho certo para convencer alunos, pais e responsáveis a reconhecerem a importância e a participarem da educação sexual na escola. Depois disso, no ensino fundamental, os professores podem seguir com os mesmos conceitos, de acordo com o desenvolvimento de seus estudantes — sempre tendo o respeito como farol para guiar todas as conversas. Segundo ela, a partir dos 4 anos — ainda na educação infantil — já é possível abordar o assunto.

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No exercício de sua profissão, pediatras podem cumprir o papel de incentivar os pais durante as consultas a falarem sobre sexualidade com seus filhos, citando todos os riscos que nós apresentamos até aqui. Assim como, de também fazer perguntas adequadas diretamente a seus pacientes quando perceberem sinais de que eles estejam sofrendo abusos em casa. Identidade de gênero e orientação sexual são dois importantes tópicos desta disciplina, a começar pelo ensino de que tais termos significam coisas completamente diferentes. Enquanto o primeiro refere-se à forma como a pessoa se reconhece, podendo ser Xvideos homem, mulher, outras identidades ou nenhuma; o segundo trata da presença ou da ausência de atração e/ou desejo afetivo, e/ou sexual por parcerias de um ou mais gêneros ou independentemente deles.

Qual a importância da educação sexual para os jovens?

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Oferecer um ambiente em que eles sintam-se seguros e bem com quem são exerce um impacto positivo na redução dos índices de suicídio, que são mais altos entre pessoas queer. Por exemplo, os jovens que iniciaram suas vidas sexuais com segurança tinham 30% mais chance de também terem usado preservativos em suas experiências mais recentes. Além disso, havia metade das chances de eles já terem contraído clamídia ou gonorreia em comparação com o outro grupo. Em um estudo publicado pela American Journal of Public Health, os adolescentes que utilizaram camisinha desde a sua primeira relação sexual obtiveram melhores resultados em vários índices de saúde sexual do que aqueles que não tinham este costume. Os participantes da pesquisa foram acompanhados durante sete anos e, após este período, os cientistas puderam fazer mais descobertas relevantes. Nós decidimos começar já com dois problemas graves de saúde e segurança pública, que em muitos casos têm vinculação direta, mas não necessariamente.

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Inicialmente, o processo de educação sexual ocorre informalmente, a partir das relações com o ambiente, tendo a família como referência e, formalmente, como prática pedagógica, nas escolas e instituições sociais, trazendo benefícios de ordem biopsicossocial. Também existem casos de gravidezes precoces em que não há abuso e, nestes casos, a importância da educação sexual dá-se de outro modo. Estudos já comprovaram que as lições focadas em abstinência não têm sido bem-sucedidas em seu objetivo de incentivar que os jovens posterguem o início de suas vidas sexuais.

Em vez de protegê-los contra possíveis abusos, gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis, evitar falar sobre sexo os coloca em situação de vulnerabilidade por pelo menos dois motivos. O Brasil aprovou o programa, reconhecendo os direitos sexuais e reprodutivos como direitos humanos, comprometendo-se a fazer esforços para sua implementação na lei e na vida da população. Segundo o documento, o Estado é responsável por adotar campanhas educativas relativas à saúde sexual e reprodutiva e por inserir ações de educação sobre o tema nos currículos nacionais escolares, de modo a atingir, indistintamente, meninas e meninos (Ventura, 2003). A partir dessa percepção, incorpora-se o princípio de que, na vida reprodutiva, existem direitos a serem respeitados, mantidos ou ampliados e que são necessárias políticas públicas específicas para assegurá-los. Isso implica em obrigações positivas para promover o acesso à informação e aos meios necessários para viabilizar as escolhas (Ventura, 2003; Buglione, 2002).

Mesmo entre quem defende a inclusão da educação sexual nas escolas, não há um consenso sobre a abordagem ideal. A sexualidade faz parte do desenvolvimento natural do ser humano, desde o dia em que nascemos. Ao falar desse assunto, estamos levando informações sobre saúde, o corpo humano, responsabilidade, consentimento, sentimentos, diversidade. A educação sexual é um processo de ensinamento que engloba o valor e respeito aos corpos, próprios e de terceiros, sentimentos, prazer, emoções e relacionamentos, para promover, saúde, bem-estar, consciência e aprendizado sobre questões que permeiam todas as fases da vida de uma pessoa.

A educação sexual de qualidade, possibilita conhecimento e entendimento sobre o assunto, garantindo a prática do sexo seguro e consciente, evitando ainda casos de violência sexual. Entre os séculos XVIII e XIX, o discurso tornou-se ainda mais proibitivo, respaldado por sua face científica. A Igreja cedeu o espaço de propagadora de ideias repressivas às ciências nascentes, conquanto continuasse a disseminar seus pressupostos acerca de pureza, castidade e fidelidade (Foucault, 1988).

No Brasil, as lutas contra a ditadura inseriam, também, a luta por direitos civis e políticos e a discussão da sexualidade e da reprodução, reivindicando-se o direito de ter ou não ter filhos e uma relação de autonomia com os serviços de saúde (Almeida, 2009; Buglione, 2002). Somado a isso, Buglione (2002) destaca a preocupação do regime militar com o aumento populacional, o que ameaçaria a segurança nacional. Conforme Priore (2011), no século XIX, apenas as ciências estavam autorizadas a falar sobre sexo, disso nasciam as primeiras classificações científicas de certo e de errado e as regras para disciplinar as relações sexuais. A delimitação entre bom e mau comportamento sexual instituiu que as mulheres que reconheciam praticar e/ou gostar do ato sexual deveriam ser classificadas como prostitutas ou loucas. Os homens, por sua vez, foram considerados responsáveis pelo avanço da sífilis, surgida na primeira metade desse século e amplamente propagada com os bordéis. Dados como naturalmente infiéis, contaminavam seus cônjuges e, por isso, também foram alvo de normatizações médicas (Priore, 2011).

No início da década de 1960, influenciadas pelos movimentos sociais, algumas escolas do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte introduziram a educação sexual em seus currículos. Porém, conforme Oliveira (2009), já em 1964, com o aporte conservador que também permeou o início do período ditatorial, práticas que abordassem a temática sexo/sexualidade perderam espaço e boa parte foi suspensa. Nesse contexto, em algumas escolas, diretores foram exonerados, professores e alunos expulsos (Oliveira, 2009).